Wednesday, October 31, 2018

Nem tudo que brilha é ouro !

Nem tudo que brilha é ouro, mas todo ouro brilha. Depois do impacto político em minha vida, em pensar que tudo aquilo que construímos nestes últimos cinco anos vai por água a baixo, que o nosso Brasil é uma piada, um movimento cíclico de subidas e descidas, de que o povo demonstrou mais uma vez o quanto é ignorante, o quanto não conhece a história de seu país, comecei a me recuperar desta guerra perdida. Winston churchill disse, o sucesso é ir de fracasso em fracasso sem perder o entusiasmo. Dois dias foram necessários para recuperar a energia e reiniciar. Recebi muitas mensagens de migrantes preocupados com a situação migratória do país após a eleição, e simplesmente não tinha nada a dizer-lhes, a não ser reconfortá-los e acreditar que nada ficará pior. Nossos projetos e nossos sonhos de acabar com o racismo e xenofobia no Brasil, ou pelo menos diminui-los até excluí-los desabaram, mas somos fortes o suficiente para continuarmos em frente. Já passei por diversas quedas, mas aprendi a levantar-me o mais rápido possível e seguir. A minha luta continua !!! A nossa luta continua sempre !!! E, mais uma vez, um presidente que não me representa. Você não pode deixar-se abalar pelo comandante do navio, você tem que criar estratégias para sair salvo, pois se ele afundar, você sairá ileso !!

Saturday, September 15, 2018

Há dias ...

E que bom que há mais dias felizes que aqueles nem tanto. Fernando Pessoa já escrevia " ... Nem tudo é dias de sol, E a chuva, quando falta muito, pede-se - Por isso tomo a infelicidade com a felicidade Naturalmente, como quem não estranha ... Que haja montanhas e planícies E quando haja rochedos e erva... O que é preciso é ser-se natural e calmo Na felicidade ou na infelicidade, Sentir como quem olha, Pensar como quem anda, E quando se vai morrer, lembrar-se de que o dia morre, E que o poente é belo e é bela a noite que fica... Assim é e assim seja.." Sábias palavras e mais uma vez ele disse tudo aquilo que eu pensava e queria dizer. Acho que por isso leio-o tanto e as palavras que me lembram aquele legítimo portugues, original e divertido são um aconchego a minha alma. Como podemos amar tanto o que não nos pertence? Como podemos querer estar em dois lugares ao mesmo tempo o tempo todo? Só eu sei o significado desse sentimento que faz com que a cada dia eu lute para viver e acordar no próximo dia para viver aquilo que chamo de objetivo de vida e futuro. Amanhã aqui ou acolá, estarei feliz sempre desde que esteja viva.

Tuesday, September 11, 2018

Digressões pretenciosas sobre o amor ...

Termino de ler " cartas a D " de André Gorz. Ele escreveu o livro em homenagem a sua mulher com quem viveu por mais de 50 anos. O final desta história? suicidaram-se em 22 de setembro de 2007. Já com o livro publicado na França, o casal foi encontrado morto, de mãos dadas na cama e deixado várias cartas para amigos, polícia e imprensa. Estamos no mês da prevenção ao suicídio, e coincidentemente termino essa leitura neste mês. O livro inicia com uma profunda declaração de amor: " Você está para fazer oitenta e dois anos. Encolheu seis centímetros, não pesa mais do que quarenta e cinco quilos e continua bela, graciosa e desejável. Já faz cinquenta e oito anos que vivemos juntos, e eu amo você mais do que nunca. De novo, carrego no fundo do meu peito um vazio devorador que somente o calor do seu corpo contra o meu é capaz de preencher " André Gorz durante todo o livro se questiona por qual motivo sua amada não estava presente nas histórias de seus livros anteriores como a mulher forte e independente que era, e sim como uma mulher frágil e dependente. Ele faz uma digressão da história de sua vida com Doline, e conclui como ela fôra essencial na sua vida e continuava sendo importante ao seu lado, porém, não quer vê-la morrer antes dele. A questão de gênero está bem presente nesta obra, a mulher submissa que por anos acompanhava seu marido silenciosa, como uma sombra, dando-lhe a assistência necessária em tudo para que ele pudesse viver a sua vida da forma mais digna e feliz, alguns dirão, era coisa da época, eu diria, isso continua até hoje e em alguns lugares é totalmente uma questão cultural. E, baseado nisso eu me pergunto, quem teve a idéia do suicídio? Quem romanceou morrer de mãos dadas na cama com sua amada? quem a matou? Doline encontrava-se doente, e André não suportava mais a dor de vê-la sofrer, e repito Não suportava mais a dor de vê-la sofrer. Isso me faz pensar a quantidade de pessoas que matam por não suportarem mais a dor do sofrimento próprio. Enfim, o livro não é uma história de amor, possui muitas nuances na questão do egoísmo, da ignorância, dos costumes da época, de política e até mesmo do motivo pelo qual alguém resolve suicidar-se. Vale a leitura e a interpretação dessa obra que vendeu e fez tanto sucesso, tão somente pelo fato do autor ter se suicidado. Fica a dica !

Monday, September 3, 2018

Quando setembro vier

Quando setembro vier, pois veio, e veio rápido demais. Os dias passam tão rápido que já não conseguimos sentir saudades, logo já estamos juntos outra vez. E a vida, segue <3 Que setembro venha com bons ventos, que me traga sorte e amor, que não me deixe sofrer... Caio Fernando Abreu #CaioFernandoAbreu #Poesia #setembro #palavras #pensamentos #hipoicone #icones

Thursday, August 30, 2018

Um resfriado por acaso ...

Parei, já não consigo mais trabalhar hoje. Doi-me o corpo, doi-me os pensamentos. Mas sigo dizendo estou bem, estou bem, como um mantra para não me permitir ser derrotada. A vida ensina. Depois de tantos tropeços, situações complicadas, quedas terríveis, aprende-se a não chorar mais e a ser sempre muito forte para derrubar antes que te derrubem, ou ser flexível a fim de desviar dos perigos. Mas isso não acontece quando o corpo não ajuda. Por mais que eu diga vai, ele não vai mais com tanta energia, mesmo que eu fale anda, a caminhada é lenta. Então temos um tal de cérebro, pra onde enviamos sinais poderosos de ordem, e mesmo que o corpo não consiga fazer o que mandamos, o cérebro ordena e lá estamos, de pé, trabalhando e com uma programação intensa até realmente não se aguentar mais. E, essa sou eu, e lá vou eu, hiperativa, criativa e sempre tentando segurar o mundo com as mãos, apesar de muitas vezes não conseguir segurar nem a xícara do café da manhã. Mas estou bem assim, sou feliz assim, não me sinto cansada de como sou, sinto muita energia mesmo, vontade de não parar, vontade de estar sempre a conquistar mundos. Rama Pashupati já dizia, " Busco entre o silêncio, a meditação e a música o equilíbrio da minha loucura, pois inocente é, aquele que se acha normal. E, aqui, entre um m&m e outro, sentindo o sabor das cores e tentando perceber o que se passa neste momento dentro de mim, sigo caminhando, atravessando oceanos na mente e vivendo dia após dia. Amanhã, já estarei melhor com certeza, resfriados passam, mas essa energia toda, só aumenta.

Sunday, August 26, 2018

Acompanhando a solidão

Voltei acompanhada e agora já me sinto sozinha. Falavamos sobre a dificuldade hoje em dia de as pessoas ouvirem-se, olharem-se, escutarem-se e ou amarem-se. Cada vez mais o mundo está solitariamente abandonado. O que não acontece online não existe. falavamos sobre estar com alguém e o que gostariamos de estar. Falavamos sobre um dia depois do outro, sobre o acomodar-se, sobre a acomodação, sim, sobre o simples fato de a pessoa acomodar-se aquela vida que tem e não querer sair dali ou sair dela. Eduardo Galeano diz que - " o mundo é isso, um montão de pessoas e um mar de fogueirinhas., que cada pessoa brilha com luz própria entre todas as outras, Não existem duas fogueirinhas iguais. Existem fogueirinhas grandes e fogueiras pequenas e fogueiras de todas as cores. Existe gente de fogo sereno, que nem percebe o vento, e gente de fogo louco, que enche o ar de chispas. Alguns fogos, fogos bobos, não alumiam nem queimam; mas outros incendeiam a vida com tamanha vontade que é impossível olhar para eles sem pestanejar, e quem chegar perto, pega fogo". Acho que tenho em mim esse fogo, essa vida que não quer acabar, essa inquietação de não acomodar-se. Alguém buzina e bate palmas insistentemente na rua agora. São 22h, já muitos dormem e outros tantos recolhem-se. Levanto, vou a janela e não ha ninguém. As palmas param, os barulhos silenciam, nada mais acontece. Não há carros a passar, nem palmas a bater nem mesmo alguem a buzinar. Cai o silêncio da noite de final de domingo. Novamente alguém com uma moto buzina insistentemente na rua. Já não vou olhar na janela, fico aqui a escrever e imaginar que provavelmente é uma pessoa que quer muito chamar a atenção de alguém ou de alguma coisa. Não é comigo. Eu continuo aqui escrevendo até a rua silenciar novamente. Ouço o ligar da moto e sua partida. Coitado, não teve êxito no seu barulho insistente. Partiu, sei lá pra onde e foi ser feliz em outro lugar. Quem não o ouviu, ficou sem a pizza, ou a tele entrega que iria receber. Já não ouço mais nada, apenas meus pensamentos e as lembranças de uma sexta-feira com uma grande surpresa a ouvir os tribalistas, um sábado entre amigos, e um domingo cheio do sol e uma amiga querida. Isso prova que a solidão está dentro de nós e que mesmo acompanhados, muitas vezes sentimo-nos sozinhos. #EduardoGaleano #solidão #amigos #curiosidades #vida #felicidade