Saturday, September 15, 2018
Há dias ...
E que bom que há mais dias felizes que aqueles nem tanto. Fernando Pessoa já escrevia " ... Nem tudo é dias de sol,
E a chuva, quando falta muito, pede-se
- Por isso tomo a infelicidade com a felicidade
Naturalmente, como quem não estranha ... Que haja montanhas e planícies
E quando haja rochedos e erva...
O que é preciso é ser-se natural e calmo
Na felicidade ou na infelicidade,
Sentir como quem olha,
Pensar como quem anda,
E quando se vai morrer, lembrar-se de que o dia morre,
E que o poente é belo e é bela a noite que fica...
Assim é e assim seja.."
Sábias palavras e mais uma vez ele disse tudo aquilo que eu pensava e queria dizer. Acho que por isso leio-o tanto e as palavras que me lembram aquele legítimo portugues, original e divertido são um aconchego a minha alma.
Como podemos amar tanto o que não nos pertence? Como podemos querer estar em dois lugares ao mesmo tempo o tempo todo? Só eu sei o significado desse sentimento que faz com que a cada dia eu lute para viver e acordar no próximo dia para viver aquilo que chamo de objetivo de vida e futuro.
Amanhã aqui ou acolá, estarei feliz sempre desde que esteja viva.
Tuesday, September 11, 2018
Digressões pretenciosas sobre o amor ...
Termino de ler " cartas a D " de André Gorz. Ele escreveu o livro em homenagem a sua mulher com quem viveu por mais de 50 anos. O final desta história? suicidaram-se em 22 de setembro de 2007. Já com o livro publicado na França, o casal foi encontrado morto, de mãos dadas na cama e deixado várias cartas para amigos, polícia e imprensa.
Estamos no mês da prevenção ao suicídio, e coincidentemente termino essa leitura neste mês.
O livro inicia com uma profunda declaração de amor:
" Você está para fazer oitenta e dois anos. Encolheu seis centímetros, não pesa mais do que quarenta e cinco quilos e continua bela, graciosa e desejável. Já faz cinquenta e oito anos que vivemos juntos, e eu amo você mais do que nunca. De novo, carrego no fundo do meu peito um vazio devorador que somente o calor do seu corpo contra o meu é capaz de preencher "
André Gorz durante todo o livro se questiona por qual motivo sua amada não estava presente nas histórias de seus livros anteriores como a mulher forte e independente que era, e sim como uma mulher frágil e dependente. Ele faz uma digressão da história de sua vida com Doline, e conclui como ela fôra essencial na sua vida e continuava sendo importante ao seu lado, porém, não quer vê-la morrer antes dele.
A questão de gênero está bem presente nesta obra, a mulher submissa que por anos acompanhava seu marido silenciosa, como uma sombra, dando-lhe a assistência necessária em tudo para que ele pudesse viver a sua vida da forma mais digna e feliz, alguns dirão, era coisa da época, eu diria, isso continua até hoje e em alguns lugares é totalmente uma questão cultural.
E, baseado nisso eu me pergunto, quem teve a idéia do suicídio? Quem romanceou morrer de mãos dadas na cama com sua amada? quem a matou? Doline encontrava-se doente, e André não suportava mais a dor de vê-la sofrer, e repito Não suportava mais a dor de vê-la sofrer. Isso me faz pensar a quantidade de pessoas que matam por não suportarem mais a dor do sofrimento próprio.
Enfim, o livro não é uma história de amor, possui muitas nuances na questão do egoísmo, da ignorância, dos costumes da época, de política e até mesmo do motivo pelo qual alguém resolve suicidar-se. Vale a leitura e a interpretação dessa obra que vendeu e fez tanto sucesso, tão somente pelo fato do autor ter se suicidado.
Fica a dica !
Monday, September 3, 2018
Quando setembro vier
Quando setembro vier, pois veio, e veio rápido demais. Os dias passam tão rápido que já não conseguimos sentir saudades, logo já estamos juntos outra vez. E a vida, segue <3
Que setembro venha com bons ventos, que me traga sorte e amor, que não me deixe sofrer...
Caio Fernando Abreu
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